quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Onde estou eu em mim?



Não quero mais sorrisos forçados

Pra esconder meu pranto não chorado.

Quero sorrir por sorrir

E chorar por chorar.

Não precisa motivo,

Nem, tampouco, sentido.

Só choro por choro

E riso por riso.

Não quero mais me esconder de mim,

Nem ser platéia do meu triste fim.

Não sei se estou perto


Ou se demoro a me encontrar.


Por agora, quero um canto,


Quem sabe, numa casa no campo?


Um recanto onde eu possa chorar


E fazer correr o meu pranto,


E poder gritar minha dor,


E colar meu rosto ao chão,


E clamar ao meu Criador

Por de lado a razão,


Rasgar meu peito e, então,

Encontrar sereno alívio,

Pra que, num próximo sorriso,


Esteja em mim


O que sou.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Voltando...


Um dia, pensei que o palco seria meu único lugar e que atuar era minha única verdade.
Que passariam-se as épocas e eu permaneceria sempre lá, eternizando o tempo.
E o tempo, esse a quem eu perpetuava, me levou a outros tablados e me ensinou outras habilidades.
E me levou do palco...
Daquele que me recebia com os pés descalços e a alma desnuda.
Daquele que me amava e que eu amava, intensa, entregue, inteira...
Que me conhecia em centímetros, sentimentos, sentidos, instintos.
Que gozou meu riso e chorou meu pranto,
Que dançou meus passos e tocou meu canto,
Que me fez, me quis, me teve e me viu
Indo,
Partindo,
Sem olhar pra trás...

Na minha bagagem: experiência, retratos, história
E este amor, latente,
Doente,
Paciente...

Chega, tempo, de apagar as minhas vidas...
Chega, tempo, abrindo caminho para todas desfrutarem!
E leva de volta meu corpo, meu fogo, meu ego, meu eu
Devolve, entrega meu nexo, sexo, com plexo,
Anexo àquele que é meu.